sexta-feira, outubro 20, 2006

Colombia movie (...and i dont wanna live this life)



A vida na minha cidade é uma coisa infernal, andar nas ruas é um martírio. Fica-se com a impressão de que todos estão tramando contra você, e se estiver chuvendoo desespero aumenta e faz você querer só correr pra casa.
Quarta-feira, junto com a chuva e seus trovões, ouviram-se tiros de revólver. Era o imbecil do Julinho puto da vida por ter perdido sua garota para um cineasta colombiano famoso. Julinho era um cretino viciado em heroina e tentava acertar ratos com seu 38 todo esculhambado.
Quando a polícia apareceu a rua já estava tomada por um aguaceiro. Noite alta, pra lá das dez. O barulho dos pneus dos carros causavam um terrível incomodo em sua cabeça. Como se ele tivesse inalado meio litro de benzina e estivesse conhecendo o mundo de desenho animado. Julinho apertou o gatilho do 38 contra sua cabeça. Mas o desgraçado não morreu e vive em cima de uma cama cuidado pela mamãe. Ela está sempre lá pra dar comidinha e lhe aplicar aquelas agulhadas imbecis
Julinho, seu estúpido, vai queimar no inferno. Como você pode fazer isso a su madre? A SU MADRE? No se pode hacer uma cosa dessas a uma madre, meu querido.

Sou um puta cineasta. Tenho uma moral de king kong e moro com uma garota suburbana de 15 anos. Chama-se Clarice e eu fiquei de lhe dar uns belos silicones ainda esse ano.
Eu estava bebendo e conversando com uma amiga e não aceitava a presença de Clarice no apartamento enquanto estivesse acompanhado. Quando ouvi a gritaria lá embaixo me debrucei na janela para saber o que era e vi um garoto, magérrimo e esfarrapado Clarice! Clarice! O garoto tinha um pacote. Minha amiga saiu correndo e mandou o garoto embora, não sei quem ele era mas fiquei com ciúmes. Ouvi tiros. Três tiros, para ser preciso. Olhei de novo e o garoto havia acertado a menina, ambos estavam mortos na rua. Tinha polícia ao lado dos corpos.
Certamente foi a policia quem atirou

12 comentários:

Manu Negri disse...

Uou, faz um tempim que eu não venho aqui, né?
Gostei do texto, sua cabeça deve viajar muito pra sair umas coisas dessas rs. Te imagino falando e escrevendo, sem pensar.

Manu Negri disse...

Aaah sim... que diabos de foto é essa?!

Anônimo disse...

Amei sua crônica, de cabo a rabo.
Tão bem construída, algo cinematográfico... Acho que o cineasta descreveu mto bem, quadro a quadro...

Até eu senti a benzina entrando pelas narinas...

Anônimo disse...

eu era um cara chamado Jarbas até levar um tiro de estilingue (de origem desconhecida) e escorregar com a cabeça na guia... hoje eu to na fila de espera pra voltar pra terra e quem sabe me vingar o puto vadio que me estilingou!

cof cof cof
tempos obesos

Anônimo disse...

Sinistramente interesante
esta eh a vida deste ser infeliz que se recusa a crescer e viverá continuamente como um filho de sua madre
e tudo se perdera mais uma vez pq ele simplismente quiz assim
no fundo tudo faz sentido
soh quem nao quer perceber nao aguenta a realidade de viver uma vida vivida por nós mesmos.

Anônimo disse...

Hm... história mó triste. Tá escrevendo cada vez melhor, Fells! Gostei mesmo! Bessos =***

gabriella disse...

julinho era doente né? só pode, coitado.
e coitada mais ainda da menina.

o que o cara tinha no pacote? droga?


gostei (:

Anônimo disse...

Fells me surpreende em cada conto que escreve, ma verdade em cada frase, na colocação exata de cada palavra. Sua narrativa nos faz viajar, percorrer o seu imaginário e como se olhasse nos olhos de cada personagens e sentisse o pulsar do coração...nos transmutasse para a historia e compartilhasse da mesma emoção.
Parabéns.

Sara disse...

"Sou um puta cineasta. Tenho uma moral de king kong e moro com uma garota suburbana de 15 anos"...Não digo mais nada.

=}}

Eric Renan disse...

Não me lembro muito bem qual foi o texto que comentei na outra vez, mas me lembro de vc e de ter te falado sobre a realidade. de fato a realidade é algo encantador! mas somos nos quem a distorcemos(ou construimos) ela e parte de nos!

Walter Junior do Carmo disse...

- Tire as minhas fotos do seu álbum. Falou e foi dormir.
Acabou, ele teve a certeza. Que porrada!
Foi pro computador. No perfil dela viu o estado civil: solteira. No álbum nenhuma foto dele, mais.
Ela morreu dormindo. Ele chorando. A página do orkut inundava a sala de azul. Tinha polícia ao lado dos corpos.
Certamente não foi a policia quem atirou...Ou foi?

Anônimo disse...

a policia e tao ma a de boa atirar em putas e pecado elas dao um bme pra sociedade ja tirar em drogados e um alivio pros coitados melhor qualquer um q morre fica alivia do mas como sou budista infelizmente reeencarno sempre. Droga q ria ser cristao nao espirita pq tipo eu morria e ia pro inferno de uma vez XDDDD legal o texto