sábado, fevereiro 03, 2007

Uma chuva




Naquela tarde chuvosa não se ouvia mais que os ponteiros de um velho relógio que ainda dava seus últimos suspiros naquela biblioteca fria e vasta. De um lado da poltrona maior, num gesto melancólico e ilusionário, o filósofo tomava mais um gole daquele amargo e ácido whisky enquanto mais uma vez dava uma lida naquela coluna de crítica literária lançada naquela mesma tarde.
Era como de costume, críticas ácidas e exageradas as que aquele popular jornal apresentava. Seu crítico era um aspirante jornalista que delicadamente ditava por meio de suas dedicadas difamações, o melhor para ser lido, visto ou aproveitado.
O filósofo então, alcançou seus óculos e mais uma vez releu todo aquele texto infame relacionado ao que havia por tanto trabalhado. Era realmente algo desrespeitoso a á sua condição de especialista em filosofia, além de também servir de desprezo público por seu trabalho em território nacional, já que este país, preferia ainda mais algumas claques isoladas para se divertir, com suas piadas de baixo cunho irônico e intelectual.
Pelas frestas da janela já poderia se sentir o fim da chuva, assim como o período vespertino. As poucas estrelas já começavam a dar seu brilho naquele céu interrompido de metrópole e as atividades humanas já estavam se modificando gradualmente. Pensou em contactar alguns poucos amigos que ainda lhe restava, para tentar recuperar o que lhe restava de boêmia e costumes etílicos. Assim que se virou da poltrona para discar os números, uma grande náusea se abateu nele.
Esta náusea, então, causou-lhe uma forte sonolência e aumentou ainda mais seu estado melancólico. Agora não mais dispunha de qualquer tipo de vontade ou desejo de se ver fora desse contexto, senão abdicar suas resistências.
Acordou na tarde seguinte sentindo muita sede e talvez uma vaga pena por si. Sabia que aquilo era mais um dia a ser seguido nos padrões “Carpe Diem” mas não se sentia apto de algum modo a encarar a realidade, vendo-se assim como o mesmo inseto protagonista de um romance Kafkiano. Era demais para alguém como ele acreditar que depois de tanta dedicação e empenho para a universalização de sua obra, houvesse a decaída, mais especificamente, rejeição.
Mas se lembrou que ainda o restavam alguns dias de vida para que prosseguisse de forma passiva e mecanizada a sua lição de vida. Havia agora concluído sua percepção sobre um mundo que antes o encarava com gosto, agora era mais um inimigo escrito assumidamente.
E caminhava pelas ruas que sempre caminhou, avistou pessoas as quais trabalhara, visitou suas memórias de ingenuidade assumida, e então expirou suas idéias até esperar o seu último dia.

3 comentários:

Amélie disse...

Vc sabe né? Eu faço filosofia...a gente tenta lá...

Anônimo disse...

technical project software http://buyoem.co.uk/product-35479/Invoice-Manager-2-1-German windows media player dvd software [url=http://buyoem.co.uk/information-7/FAQ#faq1]windows zip software[/url] gps navigation software ppc
[url=http://buyoem.co.uk/de/category-100-112/Multimedia-and-Unterhaltung]Multimedia & Unterhaltung - Software Store[/url] template software purchase proposal
[url=http://buyoem.co.uk/it/product-37317/Ultra-iPod-Movie-Converter-3-8][img]http://buyoem.co.uk/image/5.gif[/img][/url]

Anônimo disse...

gabu firm dating [url=http://freeinternetdating.info/matchmaking/courting-matchmaking-christian]courting matchmaking christian[/url] online dating ontario canada
sex dating at 50 http://freeinternetdating.info/meet/meet-and-fuck-plumer christian interracial dating services
inrnet dating [url=http://freeinternetdating.info/love/summary-of-5-love-languages]dating elko nevada[/url] bbc dating stands for