quarta-feira, agosto 30, 2006

Primeira carta.

Mãe, você só me trouxe tristeza
As pessoas me usam
E você não faz nada para me proteger
Você deixou que me levassem a terra do nada
Agora é que você não vai me amar mesmo
Porque a menina se tornou puta demais
Eu sei que ando arrebentando a cabeça por aí em loucuras maiores
E isso te faz querer me apagar mais da sua mente
Você me esqueceu pelos seus sonhos
Muito nobre.
Mas eu precisei de você
E você não estava aqui para saber.
Mesmo se eu exorcizasse todos os fantasmas da minha vida
Minha madrasta, meu pai, todos os homem sem rosto.
Ainda assim você faria falta.
Quando eu quis falar com você minha voz se perdeu em um caminho sombrio
Num país distante
Com pessoas erradas
Mas mãe, você podia ao menos me escrever uma carta.

Gente, eu estava conversando com uma amiga e nossa brincadeira preferida é distorcer os fatos, esse poeminha (porque eu não sei de que outra forma posso chama-lo) é de uma menina filha de uma estilista, assim como uma Zuzu Angel que não liga para a filha..... é algo assim.

sábado, agosto 19, 2006

A tumba abierta

A tumba abierta é uma gíria espanhola conteporânea. Significa "De peito aberto" ou "meter a cara" e é assim que eu definiria meu modo de escrita; Fells escreve a tumba abierta. Sem pretensões ou compromissos com qualquer coisa mas, é preciso fazermos a tal da distinção importante aqui, é sem compromisso mas é metódico entendem? estive relendo meus posts antigo e não consegui achar nenhum tipo de ligação entre eles, nenhuma sequência ou estilo mas que importa?

Mais um texto no meu adorado estilo:

"BH, Abril de 2004
Meus pés pálidos sobre o a cerâmica branca. Unhas negras, má idéia. Fiquei com a impressão de que martelaram cada uma delas . O frio sempre deixa as pontas dos dedos vermelhas. Ela disse que gostava dos meus pés. Ficou me olhando quando eu levantei da cama, e me pus a caminhar devagar, observando cada movimento que eles faziam, cada tendão que se contraía. Realmente, são bonitos, não exatamente pequenos mas, bem tratados. Os pés dela, parecem o negativo dos meus, são negros, como é negra a minha solidão, as unhas claras, como são claros os meus olhos." E a cor das pontas dos dedos dela, o frio não consegue mudar!
io não consegue

sexta-feira, agosto 04, 2006

A carta do menino que eu amava

A gente precisa um do outro. Sabe? Quer dizer, não sei, mas eu só tenho você, minha mãe morreu semana passada, porra, eu não tenho mais mãe, e tem uma porrada de gente contra nós, você já percebeu? Que eu ando na rua e as pessoa me olham cruzado? Eu vejo, olham assim para você também né?
É isso, eu também não tenho paz, vê como a gente é tipo igual? A gente devia ajudar um ao outro, que nem antigamente, lembra da vez, que a gente nadou naquele rio na serra? Eu quero que as coisas voltem a ser como eram naquele tempo, quando a gente tava começando a se conhecer, na noite em que você me beijou no portão da sua casa, sabe, eu lembro que você disse que ia me ajudar a encontrar meu irmão, no dia do meu primeiro beijo e você disse que ia achar ele pra mim, porque você não está procurando?
Você podia deixar aí e vir morar comigo, na casa que era da minha mãe.
Não entendo porque a gente tem que brigar desse jeito, a gente pode se entender melhor, dinheiro não é problema né? até agora a gente conseguiu se virar, e eu vou voltar a trabalhar. Olha eu arranjo uma mesa, umas prateleiras e você pinta tudo de novo que acha? Pintamos a casa de verde também, você adora verde, né. uma puta casa do jeito que sonhamos assim a gente derruba as paredes dos cômodos e coloca umas colunas de tijolinhos e uns janelões. eu descolo uma grana, eu vou trabalhar, eu junto uma grana e você pode arranjar outra cobra, lembra daquela cobra branca que a gente viu no mercado e você disse que tava a fim? Eu compro ela pra você. Dar altas festas todo dia, a gente chama o Paulo e a Marô pra morar com a gente, sei lá chama seu irmão também. Até mesmo um carro usado barato, eu conheço uma gente aí, eles devem conhecer alguém que queira vender um carro pra gente, eu tenho saudades demais cara, sabe, de quando a gente namorava.
É não, sei lá, mas a gente deveria, quero dizer sinto saudades de quando a gente fingia que se gostava. Cara eu gosto de você, eu te arrastei a cidade inteira atras do seu maldito irmão, tá, a gente foi na casa daquele maldito pederasta que tentou me agarrar e achamos graça po, mó perigo e eu achando graça do cara tentando me agarrar.
É, e quando o cara disse que você era uma vadia eu dei nele não dei? Você viu não viu? Eu arrebentei a cara dele, menina você ficou na nóia achando que eu tinha matado o cara, e a gente saiu correndo na rua, eu dei de cara num poste e você veio me ajudar e quase foi atropelada, você só falava – eu vou ser presa, o cara tá morto, eu vou ser presa, meu Deus que prepotência Olha, a gente se divertia, eram dias horríveis mas temos que ficar juntos certo? Mesmo naquelas horas de ódio, funcionávamos juntos né? é como aquele menino que você tinha que namorar com ele, mas nunca conseguiu, eu não tive ciúmes dele não, sabe, ele sabia que era seu e tinha que ser seu, naquela noite que você me deixou pra ficar com ele. eu fiquei sozinho naquela casa e agora que minha mãe morreu eu to sozinho lá de novo e você me deixa pra ficar com outra pessoa de novo.
Agora voce casou, eu tenho ódio do seu marido, porque ele dorme com voce, e eu durmo sozinho demais.
Menina, não diz que você vai me abandonar, não me abandona por favor.