domingo, novembro 12, 2006

De mãos dadas


Cansado de uma vidinha qualquer eu quis me procurar,
Achar meu paradeiro na esquina e me reencontrar,
Se ao menos os outros soubessem que aquela festa havia acabado,
Iriam pra suas malditas camas, com um orgulho debaixo dos braços e descansar.

Eu, com olhos cansados, já não aguentava mais me cercar de mentiras,
Acabei me suprindo do meu ego inventado,
Sai de lá com umas contas velhas pra pagar,
atrás do ego real que tinha esquecido sem nem lembrar do lugar.

Nem lágrima, nem dor, nem cor,
Eu não levantei pra ver o dia amanhecer,
Nem senti pena daqueles que me entreguei,
Era tudo um teatro de piso falso que por fim desmanchei.

Cairam as máscaras e aí me entendi,
Caíram os desejos, então refleti,
eu, numa vida perdida,
E me achei nos braços de quem ensina a amar.

Luke.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Azul de odin



Ele é mais moço que eu e diz que vai sentar praça no exercito, bem a cara dele mesmo, ele é burro e bobo
Eu gosto de filme americano, daqueles em que quando o homem vai a guerra e deixa moça com olhar sonhador no cais. Eu quero ser soldado porque eu sonho com isso todo dia.

Eu digo a ele que não pode ser; não tem mais guerra, aqui não tem cais.
Ela me odiar, odiar o povo mineiro, marido de mulher daqui é corno, são todas umas desgraçadas. Meninas sem sonhos. Nasceu aqui, não tem amor a homem

Ele me xinga de despudorada, sedutora, mas é ele quem vem me procurar. ele é meu primo.
Eu quero ir ao Rio de Janeiro, negar tudo isso. Eles não me amam

É normal isso por aqui, primo comer prima e ele quer ir pro Rio, quer deixar Minas, mas não existe nada mais mineiro do que querer ir pro Rio
Ela não presta, ela vem me seduzir.

Eu sou pura, mas por ele eu faço qualquer torpeza, é bom que funcionem assim.
Elas está dizendo sandices

Você veio porque então? Eu gosto do cheiro dele, tento ficar mais perto
Beijo-a, abraço-a, mas agora ela está distante. O cabelo dela é bonito.

Não sinto mais vontade de dormir com ele, ele é ridículo, tenho vontade de rir
Sou um rapaz de princípios. Mas eu a quero, eu faço tudo mas a quero agora.

A força? Não tem coragem.
Não tenho, eu sou bom. Eu sou um miserável, covarde e eu vou ser soldado pra fugir de você .

Você é frouxo. Ele é patético, mas agora eu quero ele, ele é bonito confuso
Ela sente desejo também, ela é fácil...

Ele diz que passa as noites ardendo de amor por mim. Eu quero que ele chore.
Eu sei que tu era virgem, besta. Ela parece criança, tem vinte anos.

Achei o amor bom e simples. O nome dele é Ulisses, meu primo Ulisses
O amor tem que ser fácil, eu não faço nada que não seja fácil. Os dentes dela são tão branquinhos.

Mamãe disse que você se parece com tio Álvaro, mas você se parece é comigo, lontra. Os olhos azuis. Azul espanta o mal sabia?
Azul é a cor de Odin

quarta-feira, novembro 01, 2006

O "underground" atual tem piso falso...

Você vê roupas de filmes famosos, pessoas ostentando bukowski debaixo dos braços e falando de bandas mais conhecidas em certo país da Europa oriental... Certo, você já viu algo relacionado com isso, mesmo que seja menos exagerado ou caricato da forma como estou expositando. Certo, vou falar sobre o que está incomodando a minha consciênica nesses últimos dias.

Vou resumir em uma só frase : "Está na moda ser alternativo". Sim, essa composição acerca da falta de identidade dos jovens da classe média atual. Muitos se ridicularizam com cortes grotescos de cabelo, tentam ostentar sabedorias ou culturas flácidas para dar aquele ar "blasé" e "cult"(duas palavras que hoje em dia me coçam os ouvidos só de escutar...). Pois bem, qual o nosso movimento atual de cultura? Será que revolucionamos mais um pouquinho desde 1977 ou será tudo isso uma farsa absoluta? Eu tento entender como rege a juventude dos dias de hoje... Mas numa só palavra resumo ao "vazio".

Vazia no sentido de que as coisas se uniformizaram cada vez mais. Ou você é, ou você não é, ou você é "in", ou está "out" e tudo rege nas conveñções sociais, regadas de hipocrisia, falta de argumentos e, pior ainda, crises existenciais de todo e qualquer tamanho.

Talvez nos vejamos daqui a 10 anos como uma juventude parte de uma nova "nouvelle vague"... Ou então nós tenhamos menos cérebro para nos entender e saber que perspectiva sobre para nós. Eu sei que fica ainda mais difícil destacar a juventude como agitadora cultural, mas ela sempre foi a responsável pelas diversas revoluções de contra cultura no mundo... E por consequência, há de criar mais uma?

No fim de tudo entendemos porque antigamente as coisas eram mais claras.... Hoje em dia, temos muita coisa, pouco tempo para nos relacionar, respirar e suspirar... Mas quem sabe... Não sejamos tão vazios assim, ou não?!

Luke