Nós últimos meses existe uma calorosa discussão acerca da legitimação do aborto. A população Brasileira se divide em estatísticas, credos e morais quando o assunto entra em evidência. É muito difícil, para um ser humano, decidir sobre a vida do outro, por mais que este esteja apenas com 1 semana de formação, e que seja ou não já considerado mais um ser vivo.
Os argumentos mais cabíveis em relação a sua legitimação se adequam ás questões de sobrevivência materna, tanto na questão física, como mental e financeira. Apesar de vivermos em um país onde há orgãos de saúde responsáveis por campanhas para o uso de contraceptivos, percebemos que ainda existe uma grande parcela da população de mulheres que, por talvez falta de instrução, dinheiro ou até bom senso, acabam caindo nas estatísticas de mães precoces , de gravidez indesejada e/ou irresponsável.
No entanto, precisamos também citar o lado mais sério do assunto. O artigo brasileiro 128 do Código Penal dispõe que o crime de aborto é impunível nas seguintes hipóteses:
1.Quando não há outro meio para salvar a vida da mãe;
2.Quando a gravidez resulta de estupro.
1.Quando não há outro meio para salvar a vida da mãe;
2.Quando a gravidez resulta de estupro.
Segundo as leis, deixa-se bem clara a posição do governo em relação aos abortos, mas será que essa ilegalidade realmente garantirá a segurança das mulheres, que, apesar de não se enquadrarem nesse perfil de legalidade, ainda fazem aborto?
Essa resposta é entendida por maioria da população Brasileira que não se aplica à segurança feminina. Muitas dessas vão para consultórios improvisados, verdadeiros "abatedouros" no desespero de livrar-se de um destino que muitas vezes elas não quiseram.
Sabe-se também muito bem que maioria dos argumentos anti-aborto saem de religiosos e moralistas, que tentam de qualquer forma, legitimar argumentos em um estado laico. Não estou contestando nenhuma posição religiosa, porém, em um governo democrático e plural, não podemos sequer impor valores religiosos ou morais que não tenham a ver com o que é conveniente para boa parte da população. Apesar disso, vê-se crucifixos no plenário e governadores abolindo a teoria Darwiniana em prol do creacionismo cristão.
É notório refletir o impacto que a legalidade do aborto garantirá para o nosso país. Ao invés de clínicas ilegais, estes casos serão tratados em hospitais. Ao invés de cobrir com a cortina da moralidade, família e religião, caberá ao indivíduo a escolha de criar outra vida. E, certamente, o estado não tem mais como sustentar crianças de rua e em orfanatos em grande número, até porque sabemos que a adoção é também outro processo bastante burocrático.